DEBATE ENTRE EGOS - Sr. C. X Sr.R.

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O sujeito aprendeu tudo que sabe em livros e muito pouco no cenário diário da vida, e acredita estar pronto ao discurso. Porém, não é bem assim, “pronto”. Porque quando este “sabe tudo”, por uma lógica do tempo, encontra-se com outro "sabe tudo" na bancada do egoísmo, o qual traz em sua bagagem livros além dos daquele e algo de conhecimento concreto, aí a coisa se complica (para o lado do que menos sabe as palavras no papel real da vida). Então, percebemos que citações de livros pouco valem sem a argumentação coerente da prática.

Estou a escrever sobre isso não de modo instintivo, movido por alguns desses espíritos que transitava a mente de Charles Baudelaire ou Alan Poe, mas por que esta semana me deparei com uma entrevista vinculada por um programa de tevê, na qual discursavam dois considerados intelectuais brasileiros. Um deles é político de décadas na bancada; o outro um dito economista palestrante bem conceituado.

Então, diante do trágico cômico discurso, eu pude perceber que só se conhece verdadeiramente a força (intelectual) das "feras" quando se põem frente a frente à medida do ego, ou seja, "eu sei mais que tu sabe". É o que pude testemunhar ao assistir a entrevista em que o Sr. C. desbarata a inteligência genérica do Sr. R.

Diante do quadro, não diria penoso, mas vergonhoso ao Sr.R., que na tentativa de disfarçar sua precária argumentação, ria feito um imbecil, queremos discutir a formação intelectual em si. Então, pergunto: é possível tornar-se intelectual ou fazer intelectuais somente através da leitura codificadora de números e palavras? Creio que será necessário um esforço maior, ir além das entrelinhas, do que está escrito ou subtendido, libertando assim nosso eu (identidade) do mundo das idéias pré-concebidas e tornando-se uma ideia viva?


Por Agnaldo Tavares, o Poeta

MINHA HOMENAGEM AO OITO DE MARÇO – TODOS OS DIAS DA MULHER



Para escrever algo que possa dizer sobre a mulher com a sensibilidade da alma, antes preciso me despir dos resquícios machista que, por contra vontade, os roupeiros do tempo me impusera a vestir – andar nu dos excessos.

Ah, e como é tão simples e ao mesmo delicado dizer da infinita importância que tens para a vida, esse imenso novelo de linha o qual só se torna em algo porque empenhastes o bordado desde o começo da Criação.

Tu és o coração que move o mundo em cada peito humano, pois, como dissera Rui Barbosa, herdamos de ti o coração, e junto, a sensibilidade para lidar com os improváveis da vida, é inspirado em ti que o universo se move em incontáveis estrelas...

O que será este vazio, esta incompletude que em certa altura da vida é sentida no peito do homem? É senão o mesmo que sentiu Adão no “paraíso”. Depois de vagar milênios, incompleto de si mesmo, ele curvou-se na terra bruta e fez sua prece ao Criador, o que foi atendido... – Deus lhe fez a mulher, flor mais bela e perfumada do jardim do Éden.

O fato é: nós, homens, não existimos sem elas, “mulheres de aço de flores”, como diz padre Fábio; mulheres que tem a suprema verdade no sorriso eterno e no olhar infinito.




Por, Agnaldo Tavares

O BONITO NO SER...


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O bonito no ser é o seu jeito humano, livre das máscaras que a sociedade hipócrita impõem a usá-las. O ser que de tão humano o é não consegue disfarçar as lágrimas mais profundas, porque sua beleza não é um tecido com remendos precários, mas um bordado bem trabalhado com o reconhecimento de toda a dureza ao labor da vida.


PINCELANDO__________________________Agnaldo Tavares




"COISIFICAÇÃO"

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Tenho procurado analisar as coisas não a partir de uma óptica comum – é por este “comum” que se encontra o trágico da humanidade... As pessoas vivem acomodadas a isto, aceitando as coisas sem uma pré-seleção, uma análise cuidadosa, e ao mesmo tempo torna-se coisa.

A essa pobreza de análise das coisas podemos atribuir o termo “coisificação humana”, utilizado pelos antropólogos. Porque as pessoas, em sua vasta população, são facilmente “levadas” por suas vaidades sem dar conta dos riscos... E quando pensam ter o domínio sobre as coisas, vivem à condição de coisa.

Somos todos habilitados a pensar, questionar e selecionar as coisas, não por sua aparência, mas por sua essência. Como o genial pintor holandês, Van Gogh, precisamos pintar as coisas como as sentimos e não como elas são, segundo uma análise rebuscada e seca – e acrescento – nem como dizem ser.



Por, Agnaldo Tavares


A CAPACIDADE INTUITIVA

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          A intuição não nos vem do puro acaso, não é uma dádiva aos “preguiçosos” do pensar, mas aos corajosos, aos que madrugam aos pensamentos... E pensar não é uma coisa restrita aos diplomados filósofos, mas àqueles que têm um cérebro funcional. 

           Todos nós somos pensadores, temos nossas ideias “loucas” sobre as coisas..., nossas teses, teorias... Só que nem todos têm a coragem de formular seus pensamentos, é como se estivessem no tempo da inquisição. Mas é. Há uma “inquisição” imposta pelos produtos tecnológicos já pensados. E o pensamento crítico, construtivo de uma grande parcela de nós é posto às fogueiras da “inquisição” tecnológica. 

   
          Muitas pessoas têm medo de expor seus pensamentos, talvez por se acharem ridículos ou receio de serem taxados assim, e até são crônicos em dizer: “Platão diz...” Sim, Platão diz. E você? Não tem opinião própria? Seu pensar é Platão? A massa cefálica que preenche seu crânio é a mesma que em Platão?  

         Não somos inferiores no pensar as coisas que este ou àquele filosofo – antigo ou moderno – somos continuidade da espécie dos animais pensantes... E podemos ser até superior aos antigos filósofos; muitos conceitos de muitos deles já estão ultrapassados. Somos os pensadores de nossa geração, os grandes filósofos do presente. Quem mais para nos dizer sobre esta experiência dinâmica que um dos maiores pensadores da raça pensante: “Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho num profundo silêncio – e eis que a verdade me é revelada.” (Albert Einstein)  

          Pensar é a chave da intuição.



Por, Agnaldo Tavares



FELICIDADE E ALEGRIA

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           Para melhor entendimento e para não cair em contradição, devo distinguir, ou, ao menos tentar, mais precisamente os conceitos de felicidade e alegria que aqui discorro.
 
          A felicidade que refiro ao longo de minha modesta escrita, não é fruto de esforços físicos e intelectuais, não é uma conquista palpável, mas uma graça que se recebe pelos sentimentos mais nobres... Então posso dizer dela alegria.
        
          A felicidade – palpável – em sua plenitude é impossível no plano de vida em que fazemos parte, mas é possível a alegria constante... – esta que se diz entusiasmo.

          Não há qualquer tipo de magia que nos conduza a nossa felicidade interna – a alegria. Mas há de ser conquistada por nosso embate ao caos interno que por horas se forma dentro de nosso ser... E as armas que usamos são as mais simples e as mais relevantes.

          Faz-se necessário uma compreensão do nosso modo de vida, das nossas ações em sociedade, com a gente mesmo. Aí é que entra a busca pela caverna silenciosa dentro de nós, onde podemos revitalizar nosso ser...

          Não é possível conquistar a felicidade em sua plenitude, se assim fosse tornaria enjoativa, monótona. Os contrários da vida é que anima nossa existência, e a felicidade só existe porque existe seu contrário – infelicidade. Felicidade na totalidade é utópica. Não há em nossa existência um ser sequer que goze da felicidade sem que por horas experimente seu contrário. Depois de degustar o doce vem sempre o gosto amargo na boca quando perde o sabor... – é o desejo de mais doce.

        Felicidade em sua plenitude é utopia, instável é alegria, e alegria é entusiasmo.



Por, Agnaldo Tavares






O LIVRO DA FELICIDADE

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         Não há técnicas para adquirir sabedoria, não trazemos com a gente ao nascer, o manual de como viver uma vida feliz, e nenhum livro de formatação da mente quando esta estiver paranoica. Sim, temos de ler, ouvir e respeitar os estudos sobre o comportamento da mente humana, mas não devemos deixar sermos apanhados pela beleza da escrita, a poética das palavras, visto que os piores homens que a humanidade tem conhecimento não deixam de ser àqueles cuja eram também “mestres” na retórica.

          Não há formulas mágicas, técnicas, teorias, ou qualquer outra solução que leve ao homem a encontrar a sua felicidade interna... Sim, este escritor é mestrado por esta e aquela Universidade e estudou durante 10, 15, 20, 50 anos... Pois bem, Einstein estudou a vida inteira, e seus estudos não se restringe a matemáticos e físicos, mas também a si mesmo, visto que desenvolveu em si a capacidade intuitiva, fruto de uma alma sapiencial. Não esquecendo que matemática e física estão interligadas a nossa existência metafísica. Quem não se recorda da multiplicação dos pães que fez o Mestre no deserto junto a seus discípulos, em outra ocasião este mesmo Mestre andou por sobre as águas, e outrora, bem antes, transformou água em vinho.

          Não se encontra de modo algum o livro da felicidade na estante de uma livraria – seja virtual ou não. E não está trancado na gaveta de nenhum escritor misterioso, nem na mais treinada mente humana. O livro da felicidade não é vendido nem segregado, não é doado e nem roubado. Este livro é conquistado pela única fonte atuante e real dentro de cada um de nós – somos todos capacitados a beber nela goles de sabedoria.



Por, Agnaldo Tavares



O EXÍLIO EM UMA CAVERNA

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          O que nos levam a querer, em algum instante da vida, o exílio de uma caverna?

          É chegado um momento em que deparamos com essa necessidade de uma pausa para apurar todo o conhecimento que adquirimos ao longo do tempo já vivido. E esta pausa tem de ser silenciosa, mesmo que os ruídos do mundo externo sejam válidos a nossa existência material. E agente precisa encontrar a caverna interna, e aí fazer morada por algum tempo...

          Sentimo-nos águia desgastada... Temos a visão de um futuro promissor... Novas conquistas, mais sólidas... E percebemos que é preciso fazer o percurso da águia – regenerar – para alcançarmos vida longa e sabedoria.  

          Não é nada fácil – não mesmo –, mas restam-nos apenas duas escolhas lógicas: morrer ou sofrer as dores regenerativas: desfazer de nosso bico, de nossas garras, nossas asas... Mas, será necessário a atingir a vértice de nossa montanha...

        Precisamos de uma caverna onde nenhum outro ser perturbe nosso silêncio regenerativo... Uma caverna onde a luz penetre manhã e noite... Onde possamos encontrar com nós mesmos, auscultar o silencio da sabedoria...

        Sabemos de uma caverna ideal a nossa mais importante aventura... A distância que nos impõe a ela é o querer. E tem de ser um querer não forçoso, mas espontâneo... 

          Esta caverna fica dentro de nós mesmos.



Por, Agnaldo Tavares



AS PESSOAS SIMPLES CATIVAM

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Gosto de pessoas simples, que não se vangloriam por possuir coisas... Porque sabem que coisas são perecíveis e que a qualquer vento forte podem ser levadas...

Gosto de pessoas simples, como Quintana que escrevia poesias para a Maria de todo o dia e para o João cara de pão...  E que nas reuniões sociais se sentia isolado, porque o excesso de gente o impedia de ver as pessoas... (as simples).

Gosto de pessoas simples porque a matéria de que sou feito é também simples – minhas origens pertencem ao barro, e ao barro tornarei eu matéria, porque eu alma só a Deus pertence.

Gosto de pessoas simples que prefiram olhar mais nos olhos e quase não no relógio, porque o sabor da companhia é tão proveitoso que o tempo ultrapassa as horas e entorta os ponteiros... 

Gosto de pessoas simples que falem de saudades, que não reprimam os sentimentos, não sufoca o amor no peito por capricho bobo do orgulho... Que goste de olhar estrelas e que descrer que elas morrem...  Porque elas não morrem nunca, pois, é nas estrelas que se encontra a nossa última inocência...


Por, Agnaldo Tavares



O FATO É

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O lugar que se vive, as pessoas com as quais convivemos, tudo isso traz um pouco de impressão na gente... – e é certo.

Mas não quer dizer que somos inteiramente pintados pelas circunstâncias; senão não teria sentido algum o livre-arbítrio.

Somos os pintores de nossa própria tela, temos o pincel e as cores... Agora, permitir ser pintados inteiramente por outros é questão de escolha.


Por, Agnaldo Tavares